Investir em fundos pode ser uma ótima forma de diversificares e deixares que especialistas cuidem dos teus investimentos. Mas, como em qualquer serviço, existem alguns custos que tu enquanto investidor precisas conhecer antes de investir. Entender esses custos é essencial para avaliares se o fundo realmente vai de encontro às tuas expectativas. Deixamos-te aqui os principais custos associados ao investimento em fundos de investimento:
Comissão de Gestão
A comissão de gestão é uma taxa cobrada pela sociedade gestora tendo em conta o serviço prestado ao gerir o teu fundo.
Esta comissão cobre os custos da equipa de especialistas, análises de mercado, tecnologia e toda a estrutura necessária para que o fundo funcione de acordo com as regras previstas na sua documentação. Esta comissão é expressa como um percentual ao ano (% a.a.).
Comissão de Depósito
Ao investires num fundo de investimento, o teu dinheiro não fica guardado diretamente na sociedade gestora (a empresa que gere o fundo). Ele é depositado num banco depositário, que tem a responsabilidade de custodiar (guardar) os ativos do fundo e garantir que todas as operações são realizadas de acordo com a lei e o regulamento do fundo.
Para prestar este serviço, o banco cobra uma comissão de depósito.
Esta comissão é anual, expressa em percentagem do património do fundo (por exemplo, 0,05% ou 0,10% ao ano).
Comissão de Subscrição e de Resgate
As comissões de subscrição e resgate são as taxas que podem ser cobradas no momento de entrada ou saída do investidor num determinado fundo, ou seja, quando compra/vende as unidades de participação.
A sua função é ajudar a cobrir despesas administrativas ou de comercialização, e no caso da comissão de resgate, compensar custos de gestão de liquidez ou desincentivar saídas antecipadas.
Pode ser uma percentagem do montante investido/resgatado (ex.: 1% do valor da subscrição ou do resgate).
Importante: Atualmente maioria dos fundos da indústria em Portugal e da SAM em particular, não aplica estas comissões.
Taxa de Supervisão
Ao investires num fundo, é importante saberes que existe uma entidade independente – geralmente o regulador do mercado financeiro (CMVM em Portugal) – que acompanha e fiscaliza a atividade dos fundos. Para financiar esse trabalho, é cobrada a taxa de supervisão.
É uma comissão obrigatória que serve para garantir que os fundos são geridos com transparência, segurança e em conformidade com a lei.
Na prática, ajuda a proteger os investidores, reforçar a confiança no mercado e assegurar que a sociedade gestora cumpre todas as regras. Esta taxa é paga diretamente pelo fundo ao regulador.
Custos de Auditoria
Os fundos de investimento são produtos financeiros que agregam o dinheiro de muitos investidores. Por isso, precisam de ser transparentes, credíveis e bem controlados. É aqui que entram as auditorias externas.
Para garantir independência e confiança, os fundos são auditados todos os anos por entidades externas especializadas.
É obrigatório por lei a nomeação deste auditor externo para o fundo, sendo os custos deste serviço de auditoria da responsabilidade do fundo, e por isso têm impacto na rentabilidade do investidor.
Comissão de Transferência
Esta comissão pode ser cobrada quando o investidor decide mudar de fundo, levando o valor já aplicado para outro fundo de investimento.
Funciona como uma compensação pelos custos administrativos e operacionais dessa transferência. Pode variar de fundo para fundo e, em alguns casos, não é cobrada para facilitar a mobilidade do investidor.
Esta comissão existe para fazer uma melhor gestão de custos - cobre as despesas da operação de saída e entrada noutro fundo – dar alguma estabilidade ao fundo - desincentiva transferências frequentes e de curto prazo, ajudando a manter a estratégia de investimento - e protege os restantes investidores do fundo - evita custos adicionais gerados por transferências constantes.
Importante: Se aplicada, esta comissão pode reduzir ligeiramente o montante transferido, e em alguns produtos, como os PPR/FPR, a transferência pode estar isenta de comissão, incentivando a mobilidade.
Comissão de Performance
É uma comissão variável, que pode ser cobrada mediante determinadas condições pré-definidas como por exemplo se o fundo supera um determinado objetivo de rentabilidade (benchmark ou rendimento mínimo definido).
Em vez de ser um custo fixo, esta comissão depende da boa performance do fundo.
Costuma ser expressa como uma percentagem sobre o “excesso de rentabilidade” alcançado face ao objetivo (por exemplo, 20% do que ultrapassar o índice de referência).
Por outras palavras: a equipa de gestão só ganha esta comissão se o fundo superar esse índice de referência ou o rendimento mínimo definido. É uma forma de alinhar os interesses do investidor e da sociedade gestora.
Importante: Os fundos da SAM não têm esta comissão.
Outros Custos
Alguns fundos de investimento, têm uma estratégia que em vez de investir diretamente só em ações, obrigações ou outros ativos, investem também noutros fundos. Isto permite ao investidor aceder a uma gestão ainda mais diversificada e especializada, mas que também tem implícito um custo associado a este tipo de investimentos.
Adicionalmente, também, existem os custos de transação que são as despesas associadas às compras e vendas de ativos feitas pela equipa de gestão. Incluem comissões pagas a bancos ou corretoras, pelas operações realizadas.
Impostos
Ao investir num fundo, além dos custos acima apresentados, existe também a questão da fiscalidade. Ou seja, os impostos que podem incidir sobre os rendimentos obtidos e que são aplicados fora da esfera da Sociedade Gestora.
Importante: Existem situações em que existem benefícios fiscais, como no caso dos fundos PPR/FPR ou em investimentos em fundos detidos por períodos longos.
O que deves reter:
Todos os custos acima apresentados, com exceção da comissão de subscrição/resgate e os impostos, já são descontados ao valor da unidade de participação dos investidores. Isto significa que o investidor não é cobrado separadamente — o impacto aparece diretamente na rentabilidade do fundo.
Por isso, ao compares fundos semelhantes deves olhar tanto para a rentabilidade/risco como para os custos cobrados.
Em suma: ao investir em fundos, os principais custos são a Comissão de Gestão, Comissão de Depósito e, se tiverem, Comissão de Subscrição ou Resgate. Qualquer investidor tem acesso a estes custos, através dos documentos legais dos produtos (DIF/IFI e Documento Único) aqui poderão encontrar todas as informações sobre os custos acima mencionados e podem também encontrar a Taxa de Encargos Correntes (TEC) que engloba os principais custos do fundo.